Festival de Curitiba

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Julia e Roman

Ensaios

Aos poucos constrói-se as estruturas do espetáculo Julia e Roman. Através de jogos e improvisos, os atores vão naturalmente apropriando-se do texto, e encontrando livremente o seu caminho. Sendo permitido arriscar, sugerir, criar, improvisar....

Não há um único método ou teoria neste processo, no entanto, há muito dos processos de Stanislavski, Grotowski e Barba.

Abaixo, algumas imagens desta primeira etapa de ensaios/laboratório:


(laboratório/Exercícios)

 

(laboratório/Exercícios)



Eu te amo...

Eu, você, nós dois...

Despesa-te da tua solidão.

Diga adeus a tua alcova,

aos lençóis arrumados

e aos teus sonhos roubados.

A madrugada úmida.

Despesa-te do lugar vazio

ao lado do teu corpo,

e das pegadas mortas

em teus passos perdidos...

Cartas de amor

De Roman...

"A inquietude do seu corpo

Morrendo e nascendo

Nascendo e morrendo...

Não quero pensar em mais nada

enquanto me balanço

nos movimentos macios

do seu corpo..."

para a doce Julia...

A tradução

A leitura, e posteriormente a tradução, do texto "Julia y Román, La invención del amor", foi uma das coisas mais agradáveis que tive nos últimos dois anos lendo textos de diversos autores de toda a América latina, passando por México, Bolívia, Brasil, Chile e até chegar no Uruguai. É incrível descobrir o quão dotado e abençoado é o nosso teatro. Esse teatro "Latino americano" ainda tão pouco conhecido, e que igualmente enfrenta as mesmas dificuldades pela falta de investimentos culturais.

Júlia e Roman é um texto sobre o amor e a solidão. É uma tragicomédia deliciosa que nos coloca frente a dois personagens, "anti-heróis" teatrais, dois personagens comuns.

As poesias bem calcadas, as referências de Otelo, as vozes que surgem de objetos falantes, a perspectiva épica com a qual misturam-se as cenas. A escrita fácil e criadora de Nelson González torna fácil a vida do tradutor mas, felizmente, desafia a criação do elenco e deste diretor.

Vamos adiante!

Evoé!

Adriano Costello